segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Bastante

De onde se encontrava, tudo se mostrava infinitamente maior e melhor que qualquer outra coisa da qual já havia se aproximado. Absorta em si mesma deixava-se envolver por aqueles braços, aquele perfume, aquele silêncio e, apesar do frio que entrava pela janela, aquele calor.

Por fora, a noite, a cidade e suas luzes abrasavam ainda mais o que, por dentro, ardia num torpor velado. A falta de agitação unia ainda mais aqueles corpos aos seus próprios sentidos e intentos. E tudo se fazia sereno, em formas igualmente partilhadas: respiração, aconchego, confiança e desejo.

Naquele momento, onde compartilhavam algo intensamente silencioso, faziam-se bem. Ele com a cabeça sobre os cabelos dela, ela percorrendo, brandamente, com as mãos, a silhueta dele.

Não queriam voltar à outra lembrança, ou ansiar por novos planejamentos, nem desejar nada além. Ali, não havia outras necessidades. Queriam apenas deliciar-se com aquela presença tão viva do amor.

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