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E sobre a lua, o que já viu, moça? – perguntou-lhe,
ansiando por resposta.
Em
silêncio, mergulhou-se. Observara, por noites e noites, da lua, sua devastada
devassidão, sua caminhada entre parênteses, seu abrigo ao solitário, que não
desistia, que não insistia, que não precisava se reconhecer nem ser
reconhecida.
Num
segundo, perdeu-se. Permitiu-se assim. Mesclada entre si e a lua, embebida num
gosto amargo de solidão, velando o que adormecia vagarosamente em seu corpo, gritou
o silêncio do seu coração. Já sabendo que ninguém a ouviria.
- Em amor, ela
acompanha. Em dor, ela consola.
– foi o que disse antes de virar as costas e seguir a estrada. Assim, só ela e
a lua, emaranhadas.
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