O problema aqui não é a academia ou a cadeira extensora - não tô tentando largar meu projeto. A questão é como tenho me posicionado diante da busca por "padrões" que podem nem ser reais ao estilo de vida ou biotipo que tenho. Tenho sido cruel com meu reflexo no espelho, tenho sido cruel na forma de absorver os comentários alheios sobre o MEU corpo, tenho sido cruel ao ignorar que cada organismo reage de uma forma, ainda que recebendo os mesmo estímulos... E sabe o pior disso tudo? Tem uma porção de mulheres ao meu lado reproduzindo a mesma crueldade com seus corpos e mentes o tempo todo.
Existe algo muito perverso por trás desses comportamentos de cobranças insanas e que, apesar de toda nossa intelectualidade e protagonismo na busca por mais aceitação e valorização de todas as formas de beleza, nos acerta em cheio - bem no meio do estômago. Já aceitei que isso é real, o que eu não vou aceitar nunca é que qualquer ser vivo (ou parasitário) ache que tem o dever de manifestar sua "desaprovação" sobre minha aparência. Estorvo, NÃO FAÇA NINGUÉM SE SENTIR DESCONFORTÁVEL COM O SEU PRÓPRIO CORPO. Pronto. Gritei.
Você que se acha juiz de físicos, tente ser um ser menos mesquinho. O seu conceito de beleza é seu, foi formado por suas percepções, isso não quer dizer que se sobressai ao das outras pessoas. Pode até parecer um comentário inofensivo no seu ponto de vista, mas você não tem como dimensionar a relação de ninguém com o próprio corpo. Achar que sua opinião é importante e deve ser expressada pode fazer muito mal ao processo de autoaceitação de alguém. Não se incomode se a pessoa está "relaxando com o corpo" (que redução intelectual associar aumento de peso a desleixo) - cuide dos seus próprios ponteiros na balança. Não se incomode se a pessoa está "seca demais" (ou outra observação do tipo: "homem gosta de carne, viu?" - infarto) - sua preocupação continua sendo com o que vai no seu próprio prato. Não se incomode se a pessoa está "muito bombada" - compre um Whey Protein para chamar de seu também, meu bem.
Quanto a nós, sujeitas às loucuras e pressões por "padrões de beleza", o exercício diário é tentar ter a mesma condescendência com você que você tem com sua amiga que é maravilhosa e não consegue se enxergar assim. Tentar aplicar a você o mesmo olhar de admiração por tudo que ela é - mesmo quando jura que não encontra uma roupa que lhe caia bem ou que já tenha sido vencida por três pacotes de Doritos. A pera ser bonita não torna outro tipo de fruta feio - seja melancia, banana ou jaca.
Eu, por ora, vou manter minha rotina e continuar sendo tão sensual na academia quanto um prato de miojo, porque, posso até ter boa vontade, mas, ainda não tenho a menor paciência para me arrumar para ficar exausta e suada. Quer dizer, depende...
Eu, por ora, vou manter minha rotina e continuar sendo tão sensual na academia quanto um prato de miojo, porque, posso até ter boa vontade, mas, ainda não tenho a menor paciência para me arrumar para ficar exausta e suada. Quer dizer, depende...
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