E
no fim, precisaria de um céu para chamar de seu. Um céu na terra, com estrelas
brilhantes e contas cadentes. Céu com chuvas de grãos, pedaços de não e até espasmos
de cinzenta vastidão. Exceto em dias de arco-íris. Nesses dias seu céu se
abriria, sorriria graciosamente e se desfaleceria em meio às cores.
Em
seu céu, no pedaço do chão, haveria constelações onde até mesmo os ímpares tornar-se-iam
par. Contudo, não mais se acreditaria em meio ao tom celestino, mesmo contradizendo
o temor de perder o encanto de olhos luzentes.
A
coisa solitária que, perdida num bocado do céu, inspirara cores e desamores,
dores e sabores, rimas e contradições, por alcance à razão, voaria. Ainda que
num farfalhar de asas cansadas. E num olhar firme à imensidão, qualquer corpo
pediria em oração pelo calor do teu.
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