Outro ano acaba. Mais um calendário descartado, mais daquela sensação de
que as coisas vão mudar (reza-se pra ser para melhor), mais da vontade de se
despir da massa cinzenta que rondou o período findado. "Este ano vai ser melhor!"... mas, e
você? Vai ser melhor também?
Faça uma triagem do ano que já quase acabou (e, como predito, não levou
o mundo com ele). Quantas novas palavras (além de defenestração) foram
acrescidas ao seu vocabulário? Quantos amores você resgatou (e não é das
paranoias que te estrangularam, estou me referindo àquelas pessoas que
realmente mereceram seus melhores sorrisos)? Quantas canecas coloridas, canetas
perfumadas ou meias com frufrus te levaram um bom tempo? O quanto a sua barriga
já doeu num gargalhar? Quantos segredos foram merecidamente confiados a você? Por
quantas vezes seu ombro foi refúgio para a dor de alguém? E o melhor, quantas
manhãs realmente pediram sua a presença?
Uma máquina, sei lá, um computador ou qualquer outra engenhoca, nunca
iguala o semelhante. O que é parecido nem sempre é o que se busca ou se
precisa. Você não deve se contentar com alguma coisa parecida à felicidade,
mesmo que seja isso que mantenha a ordem em sua casa, em seu coração ou em
suas contas. O estático não traça caminho algum, não pode voltar, recomeçar,
redesenhar nada que ultrapasse o avesso da estrada. Mas, e se o medo superar o
desejo de se arriscar? Não, você não vai encontrar manual em lugar nenhum do
mundo ou do Google (e se acontecer
isso, é charlatanice), só resta apostar nos riscos e se agarrar no que foi
solidificado de verdade. Afinal, a vida não é simplesmente uma sucessão de
êxitos, estupidez às vezes é a rota mais segura. #ficaadica
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