segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Manhã manha


Acordara menina, birrenta e risonha. Na cama, percorrera com os dedos pelo travesseiro ao lado. Vazio. Pelo menos fora o que sentira. E será que sempre estivera assim? Não. Incansavelmente ele fingira estar ali, ainda que perdido em motivos irrisórios.

Ela continuara a despertar-se. Olhos e lábios cerrados. Afagando-lhe os sonhos, ali, restara um pedaço de esperança. Ou uma esperança em pedaços. O futuro deveria chegar ao meio-dia, talhado em feixes isolados. Completo. Solitário.

Não levantara. Decidira-se pela estática. Não ousara desperdiçar um raio do cheiro daquele gosto. Sabor quente da manhã. Permanecera num torpor inefável. Cedo ou tarde, ele chegará. Vazio. Completo. Sentido.


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