"Bandeirinha bonita" é mais uma vítima de cometário infeliz - Arquivo eletrònico |
Felizmente, a autoestima existe
(não, não me refiro à megalomania nem à arrogância, o prazer de estar
satisfeita consigo mesma vai além da pequenez de se sentir maior que os outros),
o problema é que pouca gente parece ter descoberto que não é preciso sair por aí
desfilando de Camaro amarelo ou com garrafas de Chandon para encontrá-la.
Não é por polêmica que estou
aqui, me agarrando a um tema exaustivamente debatido, é por um puro desabafo. Nada
contra desejar “a todas inimigas vida longa, para que elas vejam a cada dia
mais nossa vitória”, só acho que o caminho está mais constrangedor a cada dia. E
enquanto as nights e baladas gritam por “luxúria”, “ostentação” e
mais um punhado de palavras que foram incluídas recentemente em alguns
vocabulários, nós, nem todas as mulheres, mas muitas, ainda somos acometidas
pelos reflexos de alguns desvios.
A cantada engraçada do pedreiro
se torna ofensa quando vem carregada de vulgaridade, a noitada com amigas se
torna um estresse devido ao assédio de alguns babacas, a ida de ônibus ao
trabalho é muito mais cansativa que o desempenho das próprias atividades, o
erro da arbitragem é atribuída a causas sexistas quando cometida por uma mulher
(veja aqui)... Enfim, lembra da autoestima? Então, vem sido difícil mantê-la
vívida. Não existe segurança que não se abale diante de tantas avaliações vindo por baixo.
Aproveito a deixa para
esclarecer: não é o tamanho de uma saia que definirá o quanto alguém poderá invadir
o espaço de outra pessoa. Fala sério, muito já foi abolido e conquistado até
aqui, podemos, sim, vestir shorts curtos, arrasar na make, ser lindas e sair para beber com as amigas sem precisar da “atenção”
da mesa ao lado. Não é porque vulgaridade funciona com algumas pessoas que
servirá perfeitamente para todo mundo. #ficaadica
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