Premeditada, como um crime perfeito e obsoleto,
arquitetado antecipadamente sobre tudo que abarca o óbvio. Faltará aquele
perfume que impregna mais suas roupas que o seu próprio, as mensagens, mesmo
que escassas, no meio da noite, a frieza das mãos que você busca roubar com seu
calor e a intenção que não passará do que é: um desígnio. Faltará. Isso é
saudade.
Acentuamos o sofrer por aquilo que será, que virá ou que irá,
esquecendo que a dor personificada é sempre mais excruciante que o que foi. A
saudade é a continuação do amor em sua divindade, que “em parte, conhecemos, e em parte
profetizamos”, como sugeriu a
provocação do autor Paulo em uma de suas cartas aos Coríntios. A continuidade
do amor é a saudade e a materialização da saudade é o amor. E o amor em
suas vertentes, e a saudade em suas vertentes. Isso já foi revelado.
A inquietação na
alma, todo aquele estardalhaço físico que resulta em apatia, vazio que pesa,
falta que preenche, impulso que paralisa... sim, a saudade não ultrapassa os
limites de mais um grande paradoxo que rege a ordem universal.
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