sexta-feira, 7 de março de 2014

Mais do que foi visto (ou Novidade para o Dia da Mulher)

Arquivo Pessoal
"Afinal, o que as mulheres querem?", quem nunca ouviu, em tom queixoso, uma pergunta desse gênero? Sejam os apaixonados, se empenhando para agradar, os curiosos, em tentativas, fatalmente fracassadas, de entender o universo feminino, ou os raivosos, de saco cheio por nunca acertar. Bem, fiquem felizes, em síntese, somos bastante simples. Na maior parte das vezes, queremos nos resolver com a balança, nos firmar na carreira, mudar alguma coisa no mundo e encontrar amor. Na mesma medida, somos individualmente particulares (e essa redundância é mesmo indispensável), cada uma de nós busca coisas próprias, algumas, comuns, outras, nem tanto. Tá, é quase unânime, nem sempre recorremos às melhores (ou mais objetivas) formas para alcançá-las, complicações têm um cheiro mais excitante, entende?

Em linhas gerais: Nunca nos satisfazemos com o peso e, na mesma medida, não queremos abrir mão do chocolate. Até aí, tudo bem. O problema é que, além das gordurinhas, a autopercepção também é ampliada. Toda mulher em luta contra a balança deve sofrer do transtorno dismórfico (sim, namorado, até eu), caso contrário, não haveria tantas clínicas estéticas bem sucedidas. Parece exagero, tentamos nos convencer que é exagero (inclusive, nos chocamos com a paranoia de amigas próximas), só que esse discurso não funciona muito bem na frente do nosso próprio espelho, ou quando abandonamos a calça 38 e elevamos este número.

Adoramos falar, adoramos sensações, adoramos contato, adoramos detalhes... Certo, em geral, falamos muito mais que os homens, mas, nem sempre dizemos tudo o que queremos (juro que não faz mal perguntar ou tentar entender às vezes). E o mais importante, talvez nem as mulheres saibam disso, o fato de você sonhar em se casar e ter quatro filhos não te rebaixa à traidora do gênero, você pode ser até mais engajada às causas femininas (não adjetivei como "feministas" propositadamente) que aquela amiga que faz parte de algum grupo universal de mulheres e defende, sem polêmicas, cegamente a legalização irrestrita do aborto.

Sobre o amor, não haveria mesmo o que comentar, somos caçadoras de aventuras. Há alguns anos (hoje posso falar sobre isso porque não causa mais constrangimento a ninguém), comprovei o quanto somos indescritíveis. Mulher sonha com romance, com príncipe, com uma serenata e reclama pela falta desses componentes dando luz à vida, mas, de verdade, falta traquejo para lidar com isso na realidade (especialmente se o galã aparece na casa dos seus pais com um vinho para um lual). Aí, o tempo passa, as coisas mudam, mas o desejo por "contos de fadas" permanece, latente em alguma parte da sua consciência, com medo de ser acatado por algum acaso do destino. Parece que o problema é que, mesmo com um valente príncipe ao lado, as garrafas e o violão sempre continuarão assustando.

Só que, porque eu e a maior parte das minhas conhecidas tendemos aos mesmos erros, não significa que TODAS as mulheres reagem da mesma maneira quando expostas aos mesmos estímulos (e não, não somos ratinhas de laboratórios). O que eu quero dizer é que, amanhã é o Dia Internacional da Mulher, experimentem, por mais difícil que pareça, não nos olhar como uma espécie carente, complicada, em plena ascensão ou com qualquer outro conceito pré-fabricado pelo tempo, nos olhem como novidades, cheias de defeitos e gostosuras. Afinal, somos isso mesmo. Ah! E somos únicas. Todas mulheres, mas, únicas. #ficaadica