quinta-feira, 31 de maio de 2012

A conta


Não há melhor lugar para inspiração, que conversas em volta de mesa de bar. Pois então, fatos também. E há uma coisa que, inevitavelmente, sempre haverá: a conta.

Amigas dividindo até os centavos. Amigos querendo pagar mais que o outro. Amigos e amigas dividindo igualmente pelo o que consumiram. Casais que compartilham ou não. Pessoas que ficam ricas quando começam a beber. Aqueles que fogem quando está perto da conta chegar... Ainda há algum padrão?

Já comentei sobre isso aqui no blog e acho que deveria levantar uma pesquisa, juntamente com os garçons (já que são eles que fazem a noite), sobre como lidar corretamente com esses momentos. Às vezes, as situações atípicas nos engessam e, sim, geram um grande desconforto.

Um happy hour, um grupo de colegas e... o chefe. Muitas risadas e diversão (comidas e bebidas também) e, na hora da conta, o contratante entra na frente e se propõe a arcar com TODAS as despesas. Você comeu um rodízio de sushi e ele apenas algumas batatinhas. Como se comportar? Isso não é justo já que todos saíram como amigos, né? Ele não é seu pai nem seu marido (neste caso), portanto não tem responsabilidades com suas despesas.

E o homem na fase da conquista? Sempre querendo se mostrar dominante nesse aspecto (e é o que nós também esperamos)... Mas não se surpreenda caso isso não ocorra. Não é machismo nem feminismo, somente equiparação de gastos. Por exemplo, uma mulher se preparando para um encontro desembolsa com tudo que possa torná-la especialmente linda. Por que a conta não pode ser de quem teve menos despesas? Ainda assim, algum dia você pode se pegar tendo que dividir o valor do cachorro quente no final da festa com o seu, a partir de então, ex-affair. Se ele não tentar te agradar no primeiro encontro, não terá motivos para isso posteriormente.

Bem, como eu adoro bons lugares em boas companhias, parto sempre da premissa: consuma o que você pode pagar. É sempre o mais seguro! #ficaadica

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Evolution


Descobri o porquê necessitamos tanto sofrer por amor. Obrigada, não foi fácil, foram muitos anos de análises, muitas lágrimas derramadas, mas, especialmente, muitas risadas, enfim... Sabe por quê? Porque é tão necessário ao processo evolutivo feminino, quanto os macacos foram à evolução do homem.

Sempre temos motivos para progredir: busca por reconhecimento, bons salários e, lógico, amor. Posso imaginar a seguinte cena: amigas, trajando seus vestidos volumosos e espartilhos estranguladores, sob a luz de um candeeiro, bebendo escondido o vinho do Porto do marido ou do pai, desabafando suas mazelas afetivas, advindas de casamentos arranjados ou da desvalorização social. E, a cada conversa, elas se encorajavam mais. E encorajavam suas primas, sobrinhas, filhas, vizinhas... Até chegarmos aqui (e não pense que mesmo tanta feminilidade pode tornar tudo um mar de rosas), em nossa quase completamente confortável posição.

As situações só nos atingem da forma que permitimos e, eu bem sei que, quando a questão magoa gostamos de senti-la da forma mais difícil e dolorosa possível. Naturalmente, a gente se quebra em pedaços, mas, logo, a vida exige que a gente se recomponha. Apesar de sermos todas meio masoquistas, a intensidade das coisas muda com o tempo, ou melhor, aprendemos adestra-la. Hoje, quando começamos a crescer (isso não remete à altura ou idade), percebemos que os caminhos não têm somente uma bifurcação que nos leva sempre a radicalizar ou a nos anular.

Entre essas duas vertentes, há caminhos que podem te dirigir (sem orientações de autoajuda) a investir mais em você, a se tornar uma melhor companhia para o mundo e a descobrir que, quando você está bem com o que realmente possui, tudo pode ser visto de maneira mais leve. Claro que nenhuma estrada é sempre boa, há aqueles trechos difíceis de serem atravessados e que exigem mais cautela para não se perder ou tombar, mas eles também passam (juro que estou usando uma metáfora!). Não há perfeição nem previsibilidade total quando se trata de nós, meros mortais. Magoamos e somos magoados. This is life.

Então, em miúdos, por que todas sofremos, pelo menos uma vez na vida, pelo o mesmo motivo? Primeiro para aperfeiçoar aquilo que somos. “Masoquistamente” falando, precisamos ser moídas ou espremidas por algum fato marcante e, então, desenvolvermos a capacidade de torná-lo um grande aprendizado (pelo amor de Deus, tente abreviar o período em que isso se torna uma fonte de autoflagelo, ou dependência, ou culpa regada por autopiedade, ou qualquer outra coisa negativamente parecida). E, em segundo lugar, para usá-lo, providencialmente, em boas estórias para um bando, de também sofredoras, sorrir. #ficaadica

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Brigas de rua

Quando criança, eu era viciada num jogo de videogame: Street Fighter. Luta. Muita luta. Em todos os estilos. Hoje, já deixei o game de lado, mas, acho que as lutas continuam rolando ferozmente pelas ruas. E quer saber com que frequência eu vejo tantas brigas? Todo tempo! 

Amor e ódio são realmente mantidos afastados por uma linha finíssima. É estranho! Como pessoas, que dizem se amar tanto sob o luar, podem se tornar tão calculistas ao amanhecer? Quer uma espécie que, quase sempre, funciona dessa maneira? Ex-namorados. 

“Ah, isso é imaturidade!” Sim, e você não vai me convencer de que se isenta totalmente dessa linha de atuação quando sai de um relacionamento. Mesmo tendo sido você quem oficializou o fim, em algum momento, na posterioridade, você desejará poderes sobrenaturais para solucionar uma pendência ou outra (nem que seja uma capa da invisibilidade, como a do Harry Potter, ou uma visão de raio laser, como a do Ciclope). 

Alguns perfis são mais comuns aos novamente solteiros, há os que seguem a linha “eu quero que risque o meu nome da sua agenda”, ou “eu quero acordar sua família, eu vou escrever no seu muro e violentar o seu rosto”, ou “não desligue o celular, eu vou te rastrear”, ou ainda “depois de varar madrugada, esperando por nada, de arrastar-me no chão em vão” e, não menos comum, o estilo “agora eu sou solteira(o) e ninguém vai me segurar”

Mas, tem gente que vai além, né? Há pessoas que gastam suas energias só para atazanar a vida do elemento que, agora, é ex. E sabe qual é o grande aliado para essas façanhas? Redes sociais. Nada “define” mais uma pessoa que os seus perfis virtuais. Aquele excesso de felicidade pré-moldada, use um pouco da Psicologia, é indício de que a realidade, nua e crua, não está agradando tanto. Quem está feliz e em paz consigo mesmo sabe que descrição é ponto chave. 

Preciso abrir um parêntese para dizer que, mulheres, quando se tornam guerrilheiras, são implacáveis. Vocês devem ter visto o caso da dentista polonesa, cujo ex-namorado nunca mais poderá ser feliz como antes, né? Ela sedou o ex-namorado com anestésicos e, em seguida, retirou todos os seus dentes. E em crimes passionais, mesmo os homens sendo recordistas nessa prática, o gênero feminino recebe destaque em atrocidades. Mas, este é outro viés... 

Bem, é difícil reconhecer que as coisas não vão bem quando você está duelando. Mas, vale mesmo a pena? No meu jogo de infância eu tinha três chances para me recuperar de cada baque. Na vida real, a chance de ficar bem é única e, sinceramente, fundamental. #ficaadica

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Antes do seu dia

Dia das mães. Sim, elas merecem mesmo toda essa homenagem e eu juro que estou me empenhando na busca pelo presente perfeito para as minhas duas mães (avó também conta). But, como ainda faltam alguns dias e o assunto tá em pauta... 

Quem é mestre em te constranger? Quem? Quem? Quem? É quase unânime, mãe... Não é implicância minha. Acho que é a quantidade de informações num banco de dados materno que se torna o “X” da questão. 

Em casa, entre família, é engraçado lembrar os seus namoricos da infância. Mas, o que dizer de uma dessas estórias sendo contada na presença dos pais do seu pseudo affair, agora já um homem? E você no meio, fazendo cara de paisagem, enquanto a sua mãe e sua pseudo sogra se divertem às suas custas... Por que, mãe? Eu nem sei mais quem é o indivíduo! Ele já pode ter passado por mim na rua, a gente já pode até já ter se esbarrado numa festa... Por que querer justificar nossas (im)possibilidades? 

Enfim, relembrar é viver, né? Porém, o que dizer do poder incrível de resolver sua vida sentimental? Antes de discorrer essa capacidade materna, vamos fazer uma pequena reflexão: aquilo que você busca alcançar êxito por toda sua vida, sua mãe promete solucionar em menos de dois minutos. Sim, sua mãe é melhor que o Mastercard! Para todas as coisas que o dinheiro não compra (tipo, um relacionamento saudável, com equilíbrio em ambas as partes), sua mãe está pronta para resolver. 

Sua mãe enxerga (se não enxerga, representa muito bem) excelentes motivações naquela tragédia grega em que você, ocasionalmente, está ocupando o papel principal? Não a interprete erroneamente, não é sarcasmo! Ela, de verdade, acredita que você é essa heroína toda. 

A sorte é que, no mundo inteiro, não há um colo mais seguro que o seu, mãe! Aí, compensa tudo, né? #ficaadica

sábado, 5 de maio de 2012

Nossa grande falta

Este texto não faz o perfil do que escrevo aqui no blog, mas, acredite, há acontecimentos que precisam mesmo de espaço para ser ditos. Antes de qualquer coisa, preciso firmar minha postura no Universo: não sigo a linha revolucionária, apenas me preocupo com o meio em que vivo. Acho que isso faz parte do princípio da racionalidade.

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde em 2011, cerca de dois milhões de pessoas morrem anualmente por problemas relacionados à falta de água potável. Coitados dos sertanejos nordestinos e dos africanos, não é mesmo? Não somente. Por mais distante que pareça da nossa realidade, dita de uma “sociedade civilizada”, a falta d'água própria para o consumo humano é um problema cada vez mais presente, mesmo que ainda muito maquiado.

Diariamente tenho contato com pessoas que já são atingidas constantemente com este problema. Digo, por conhecimento de causa, Barreiras, Caetité, Guanambi, Tanhaçu. Vitória da Conquista... Oi? Conquista? A terra do frio? É... Que desordem, hein? Estamos sendo atingidos pela seca. E, diga-se de passagem, muito bem alcançados.

A cidade de Vitória da Conquista é abastecida pelas barragens de Água Fria I e II, ambas localizadas no município de Barra do Choça e mantidas pelos rios Água Fria e Monos, sendo que a última foi construída há mais de 10 anos na tentativa de suprir a demanda da época. Aí, o tempo passou, as pessoas se apaixonaram (ou não), tiveram filhos e as populações das cidades de Barra do Choça, Barra Nova, Belo Campo e Conquista aumentaram. Isso implica em, além de maior produção de lixo e poluição ambiental, mais consumo da água.

A água potável vem sendo vista como vassoura e escovão, nas lavagens dos passeios, paredes, carros e tudo mais que pode ser educadamente lavado com a ajuda de um balde, ou como terapia, seja contra o estresse, numa ducha quente, seja para refrescar, num banho de mangueira, ou, ainda, como um nada, quando esquecida derramando numa torneira, numa descarga quebrada, num vazamento na rua...

Em São Paulo muitas cidades sancionaram, algumas já desde 2009, o Controle de Desperdício de Água Potável. A lei consiste em estabelecer uma fiscalização em toda a cidade com o objetivo de constatar a ocorrência de desperdício de água distribuída e penalizar ($$) o infrator. Aqui, a Embasa diz não poder intervir como o órgão punitivo. E por onde anda o nosso Poder público, que ainda não se manifestou? Este ano teremos eleições, sei que tudo se torna muito mais fácil de ser resolvido. Enfim, como este não é um texto direcionado propriamente às críticas politizadas, é mais um lembrete à sua altivez, irei me restringir ao meu objetivo.

Sei que nem todos têm o mesmo senso de conscientização, mas, tenho uma noticiazinha que impõe reavaliação de atitudes: teremos racionamento de água. Não é para causar alarde (só que sim!), apenas informar que, mesmo que forçado, algo será alterado em sua rotina. Das barragens que nos abastecem a Água Fria I já secou e, segundo os senhores José Carlos e Álvaro Aguiar, respectivamente o responsável do setor abastecimento e o gerente local da Embasa, a Água Fria II está funcionando com cerca de 50% da sua capacidade de armazenamento.

Só não me diga que não contava com isso! Não chove de verdade na região desde o ano passado e você continua tentando afogar seus problemas no ralo do chuveiro. Bem, sobre a chuva, só Deus na causa. E agora, da nossa inconsequência, quem poderá nos defender?










(Fotos da Barragem Água Fria II - Dia 04/05/12)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Para não perder o sentido

Não é privilégio de poucos. Hora ou outra, numa típica fila de banco, num ônibus, no caminho para o trabalho, a gente se depara com a história de alguém que perdeu o sentido (e torça bastante para não ser o alguém em questão). Não o sentido ligado ao juízo, mas o sentido que nos faz diferir uma caminhada solitária de uma acompanhada, que nos faz aprender a apreender o que é realmente colorido no caminho. 

Sabe um grande paradoxo da vida? Nada pesa mais que o vazio. É! O vazio, que em sua composição literal define a falta de preenchimento, pesa tanto quanto qualquer sobrecarga. Existe algo mais tortuoso que se arrastar com o vazio de sonhos, ou de sorrisos, ou até mesmo de lágrimas, quando sinceras? Ninguém suporta conviver por muito tempo com uma essência vazia. Algo tem que prevalecer como o sentido maior, né? 

Mantenha sempre um sonho aceso. Mesmo que for só para poder brincar com as fagulhas em dias muito escuros. #ficaadica