Este
texto não faz o perfil do que escrevo aqui no blog, mas, acredite, há acontecimentos que precisam
mesmo de espaço para ser ditos. Antes de qualquer coisa, preciso firmar minha
postura no Universo: não sigo a linha revolucionária, apenas me preocupo com o
meio em que vivo. Acho que isso faz parte do princípio da racionalidade.
Segundo
dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde em 2011, cerca de dois
milhões de pessoas morrem anualmente por problemas relacionados à falta de água
potável. Coitados dos sertanejos nordestinos e dos africanos, não é mesmo? Não
somente. Por mais distante que pareça da nossa realidade, dita de uma
“sociedade civilizada”, a falta d'água própria para o consumo humano é um
problema cada vez mais presente, mesmo que ainda muito maquiado.
Diariamente
tenho contato com pessoas que já são atingidas constantemente com este
problema. Digo, por conhecimento de causa, Barreiras, Caetité, Guanambi,
Tanhaçu. Vitória da Conquista... Oi? Conquista? A terra do frio? É... Que
desordem, hein? Estamos sendo atingidos pela seca. E, diga-se de passagem,
muito bem alcançados.
A
cidade de Vitória da Conquista é abastecida pelas barragens de Água Fria I e
II, ambas localizadas no município de Barra do Choça e mantidas pelos rios Água
Fria e Monos, sendo que a última foi construída há mais de 10 anos na tentativa
de suprir a demanda da época. Aí, o tempo passou, as pessoas se apaixonaram (ou
não), tiveram filhos e as populações das cidades de Barra do Choça, Barra Nova,
Belo Campo e Conquista aumentaram. Isso implica em, além de maior produção de
lixo e poluição ambiental, mais consumo da água.
A
água potável vem sendo vista como vassoura e escovão, nas lavagens dos
passeios, paredes, carros e tudo mais que pode ser educadamente lavado com a
ajuda de um balde, ou como terapia, seja contra o estresse, numa ducha quente,
seja para refrescar, num banho de mangueira, ou, ainda, como um nada, quando
esquecida derramando numa torneira, numa descarga quebrada, num vazamento na
rua...
Em
São Paulo muitas cidades sancionaram, algumas já desde 2009, o Controle de
Desperdício de Água Potável. A lei consiste em estabelecer uma fiscalização em
toda a cidade com o objetivo de constatar a ocorrência de desperdício de água
distribuída e penalizar ($$) o infrator. Aqui, a Embasa diz não poder intervir
como o órgão punitivo. E por onde anda o nosso Poder público, que ainda não se
manifestou? Este ano teremos eleições, sei que tudo se torna muito mais fácil
de ser resolvido. Enfim, como este não é um texto direcionado propriamente às
críticas politizadas, é mais um lembrete à sua altivez, irei me restringir ao
meu objetivo.
Sei
que nem todos têm o mesmo senso de conscientização, mas, tenho uma noticiazinha
que impõe reavaliação de atitudes: teremos racionamento de água. Não é para
causar alarde (só que sim!), apenas informar que, mesmo que forçado, algo será
alterado em sua rotina. Das barragens que nos abastecem a Água Fria I já secou
e, segundo os senhores José Carlos e Álvaro Aguiar, respectivamente o
responsável do setor abastecimento e o gerente local da Embasa, a Água Fria II
está funcionando com cerca de 50% da sua capacidade de armazenamento.
Só
não me diga que não contava com isso! Não chove de verdade na região desde o
ano passado e você continua tentando afogar seus problemas no ralo do chuveiro.
Bem, sobre a chuva, só Deus na causa. E agora, da nossa inconsequência, quem
poderá nos defender?
(Fotos da Barragem Água Fria II - Dia 04/05/12)
Acho super válido esse tipo de texto por aqui também. E, principalmente vindo de alguém que convive com situações no meio desse problema todo.
ResponderExcluirParabéns pelo texto, Lay! Suas informações/críticas também apimentam o blog :)
Além de informações e críticas, espero que o texto sirva como alerta também.
ExcluirObrigada, Saminha! (:
Só Deus mesmo para nos defender...
ResponderExcluirAs coisas estão feias mesmo, amiga! Só Ele nesta causa!
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