segunda-feira, 29 de abril de 2013

Não pare


Não somos tão puramente piegas e apegadas a clichês. Além de amar, gostamos, na mesma intensidade, dos verbos conquistar, seduzir, surpreender.

Gosto mais de viver que qualquer outra coisa que caiba na vida. Prefiro a prática à teoria, a ação ao estático, os sonhos à rotina. É muito maior ser embalada por movimentos, por palavras benditas (e bem ditas!) e por toda “apimentação” que há nas possibilidades.

Exerça não se limitar, e não me refiro a pudores ou aspectos sociais, mas, sim a conceitos. Você não é assim ou assada, são capacidades pequenas demais para tudo o que você tem para ser.

Ache sua medida, sua dose exata, e quando não lhe servirem mais, bem..., permita-se. Ah, sim, lógico! Acrescente esse verbo aos que foram citados lá em cima. Ele é quem move o moinho.

* E esse deve ser o objetivo do seu moinho!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Difícil, viu?


Tudo começou num tweet. Claro que não foi exclusiva a colocação da minha colega, mas, foi sincera. Até quando estado civil das jovens (ou nem tanto) sobrinhas será debatido nos almoços do domingo? Eu até perdoo o interesse numa conversa particular, mas numa inquisição? Deixamos de ser bruxas há alguns séculos.

Só que o post do microblog se encontrou ontem com comentários de um colega bêbado na comemoração do aniversário de uma amiga (sim, por amor demais, acabei me rendendo ao convite e saindo de casa com a perna imobilizada, que, por amor demais, sofri uma luxação na patela no último domingo). Enfim, voltando ao “culeguinha” que, lá pela terceira ou quarta dose de uísque decidiu virar rico e falastrão, resolve espalhar pela mesa o quanto ama a esposa (até então, lindamente) e o quanto a sustenta.

Bem, pensem comigo: estou manca, sem poder beber, sentindo dor e me deparo com um cruelíssimo comentário machista. Poderia até ter ficado quieta, né? Mas não sou dessas (e se fosse, não teria esse texto hoje). Claro que meu namorado me obrigou a enxergar percebi que não fazia sentido a discussão devido às circunstâncias, mas, ainda assim, manifestei meu repúdio a tal postura.

Veio tudo à tona. Será que a coitada da esposa (que, segundo o cônjuge, parou de trabalhar por exigência dele) não foi uma jovem participante, por diversas vezes, do inquérito das reuniões familiares? Ainda existem mulheres que se agarram ao casamento como possibilidade de ascensão (e não digo só financeira), de ser vista socialmente, de ter uma casa, de calar a boca de tias frustradas...

Tsc, tsc... Na essência, não precisamos nos casar, é muito mais urgente e imediato o amor. Admito ser mulherzinha o suficiente para sonhar com o vestido branco e as flores, mas, também sou mulher o suficiente para desejar isso como uma consequência de sentimentos. Antes de ser esposa de alguém, quero ser a mulher respeitada pelos espaços que conquista. #ficaadica

sábado, 20 de abril de 2013

Na boca: batons e homens


Parêntese: Antes de explicar minhas ideias, quero deixar bem claro que este é um questionamento “solterístico” da minha época de solteira, agora eu estou namorando e as coisas, até então, vão muito bem, obrigada.

Nossa relação com homens e batons é mais íntima que a nossa consciência nos permite perceber. Vou começar logo com a problematização da situação: estava linda e ruiva me arrumando para mais um dia de luta quando me dei conta da quantidade de batons vermelhos que possuo. Foram seis tonalidades distintas (ainda que próximas) da cor e eu não sou maquiadora. Enfim, pude perceber que, entre marcas com variações extremas de valores, é pelo mais simples que eu tenho mais estima. De verdade, ele me cai muito bem.

Essa constatação me fez lembrar uma coisa que sempre me instigou. Batom não é o único quesito que a mulher se permite apaixonar sem analisar valores. Sim... Espero não estar parecendo extremamente sexista, mas, fui parar no assunto “homens”. E não espere que eu tenha o porquê, apenas o “por quê?”. Por que a maioria dos investimentos femininos é tão sem critério? Gostamos do que nem sempre é tão bom e ponto. Claro que esse slogan é muito mais simples quando atrelado a batons, mas, a incidência é muito maior (e mais trágica) em relações.

Na boca, batons baratinhos duram menos tempo e você, como numa dependência, desenvolve a necessidade de retocá-lo a todo instante (exceto aqueles, comuns na minha infância, com duração de 24 horas, que eu em sei se existem mais). Por outro lado, batons caros são mais seguros e requerem mais cuidados, você não os deixa largados e torce para que não acabem nunca. Mas, convenhamos, o primeiro exemplo é muito mais consumido e facilmente encontrado no mercado. Trocando o objeto, todos os adjetivos se encaixam perfeitamente ao outro ponto.

Ah! Só não defina nada apenas pelo preço. Às vezes, qualidade não vem atrelada à cifra e, noutras, o barato sai bem caro. #ficaadica 

domingo, 14 de abril de 2013

Sem gestos


Em todo o resto do mundo as coisas se ajeitariam, outros abraços a encontrariam, outros colos a acolheriam, entretanto, às suas mãos, tão pequenas agora, não haveria mais plenitude. 

Nunca estivera sozinha em noites chuvosas, nunca se sentira fraca em disputas de meninas, nunca ficara sem resposta às questões infantis. Mas, agora, como uma força maior, quem mais no mundo viveria a sua alegria como um propósito?

Sempre caminhara à sombra daquele sentimento. Não era o plano, sequer fora, ainda que por um só instante, tal mudança de rumo. O que por tanto tempo ocupara somente com amor, tornar-se-ia, ao amanhecer, o desencanto de uma onda quebrada longe, em alto mar. Assim, triste, inexplicável.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Espinhas (com "a")


Primeiro, achei que tivesse sido uma troca de palavras e me ousei à correção: “Espinhos do coração, não?”. (Quanta ignorância! A minha.) “Não, não, não! É espinha mesmo. Daquelas que sempre dão dor de cabeça para alguém”. Bem, a conversa retomou o seu rumo (o que não vem ao caso agora).

Significa um bocado de coisas. Tanto nos peixes quanto nos adolescentes são especificidades biológicas dos grupos, entretanto, aprendi ontem, na vida, pode-se dizer que são aqueles momentos difíceis de lidar. Não, não tem nada a ver com a puberdade e a acne ou com aquele peixe que não vale o sacrifício de tentar torna-lo mastigável, é como uma referência aos destemperos incômodos e espontâneos do dia a dia.

Por quanto tempo a gente consegue lidar com espinhas? E como elas vêm a nós? A gente sabe que os espinhos existem porque já houve flores, mas, e as espinhas? Ninguém, por um dia que seja, as desejou (exceto os peixinhos, enquanto vivos), mesmo assim, elas chegam.

Vamos à prática? Discussões (não brigas, rompimentos, “mãozadas no meio da cara”...) são espinhas. Espinhas (a acne e a do peixe) são espinhas. Piso salarial de jornalista é espinha. Celulites são espinhas. Não ganhar na Mega Sena, não passar num concurso público federal com vaga única, não ser filha de Eike Batista, não ter postado um tutorial no You Tube com a criação de água potável são espinhas.

Tá, talvez não faça sentido algum, para você, esse texto. Mas, ontem, foi pensando nisso que eu dormi. E não porque faltam preocupações (ultimamente, não mesmo), eu acho que o que me falta são essas questões bobas para levar à cama. #ficaadica