quarta-feira, 27 de maio de 2015

Escrevoar

Sorte a sua ter a vida, toda ela a seu dispor. Vá, tente! Dispa-se, entregue-se ao sabor de saber de tudo ao menos por um segundo, já que o pé que te leva adiante ficará para trás antes mesmo de completar este passo. Ser passada é coisa que não combina em nada com a vida, ela só engrena corretamente quando toca rumo ao que vem por aí. Seja lá o que for, virá. Se for de agrado, prossiga até o ponto final. Se não, apresse-se em mudar de página. 

O livro é seu e, posso assegurar, vem com páginas em branco a partir da próxima linha, não descrito por todos os seus planos. Ao invés de roteiros, renda-se aos rascunhos. Rabiscos excitam mais que decalques. Que encante ou não aos leitores, mas a delícia da autoria será sua. Afinal, se há uma coisa para a qual você já nasceu preparada, foi para a sorte de viver.


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sexta-feira, 15 de maio de 2015

O xis do platônico

Casei, sim, mas, não se preocupe, não passei por nenhum pó mágico da fada madrinha, e a minha vida continua sendo vida comum, agora com uma dose mais de coisas (inclusive to sem tempo para explorar mais essa minha nova condição por aqui). E, por continuar sendo a própria doçura em forma de pimenta, tem assunto que não posso ignorar, como o tal do amor platônico. Sim, ele existe na fase adulta também (bem, não sei se as pessoas com quem convivo são bons parâmetros, but... é o que tem pra hoje). 

Primeiro, vamos ao conceito segundo o dicionário:
pla·tô·ni·co adjetivo1. Relativo à escola e filosofia de Platão.2. De .caráter espiritualsem desejo sexual (ex.: amor .platônicorelação .platônica). = CASTO3. Sem interesses materiais ou mundanos.4. Ideal.
"platônico", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/plat%C3%B4nico [consultado em 15-05-2015].

Por mais insano/infantil que possa aparecer, não são raras as pessoas que começam a nutrir sentimentos irreais por pessoas/personagens que sequer conhecem. Tá, na adolescência é aceitável manter a capa do caderno com a foto do ser venerado, ou chorar D.R.s mentais com quem sequer sabe o seu nome, ou esperar por horas para poder pegar o ônibus com o cobrador especial, ou ir ao mercado duas vezes por dia para encontrar o embalador mais lindo do mundo - cada um tem o platônico que quer! -, por exemplo. Mas e quando o tempo passa?

Fala sério, você passou algum tempo da sua vida se apaixonando por pessoas idealizadas, pessoas moldadas a seu bel-prazer, pessoas que nunca iriam te (re)conhecer/existir, construindo histórias de drama e amor, suspirando pela voz daquele cantor lindo e ruivo (sim, ele é amor platônico de uma pessoa que não vou dizer quem é), agora vai ter que cair na real de maneira tão brusca? Mesmo vivendo o conto real, você pode ser a borralheira presa no elevador com o ator da novela das sete, ou se imaginar vedada pela gravata cinza do sr. Grey, ou ser a bailarina inspiradora do clipe. 

O platônico não é querer alguém que você pode ter, é brincar com quem é impossívele isso não atinge a capacidade de amar ou de se jogar nos braços do amor encontrado pelas esquinas concretas da vida. "Platonizar" não vai te tornar uma louca aluada que realmente acreditará que se casará com Christian Grey ou Edward Cullen (ambos antes de serem materializado nas telas), ou seduzir Ed Sheeran ou Luan Santana (fofíssimos e intocáveis) em seus vídeos no YouTube, ou até mesmo ser apresentada à família do cara que te dá bom-dia-e-nada-mais todos os dias na academia (também não vou revelar a fonte). É fake, gente! Não vai afetar o que você vive, muito menos o que é sua relação real se você tiver uma - minha situação. Claro, caso contrário, trate logo da autoestima e resolva-se.

Como eu não sou psicóloga nem psiquiatra, minha função, como jornalista, é ter sempre boas histórias para retratar, por isso, sou a favor de toda a criatividade (e otarice) que o amor platônico pode trazer ao mundo. Fiquem tranquilas, mizades! Afinal, é só uma brincadeira. Quer dizer, é só uma brincadeira, certo?! #ficaadica