segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Se eu te contar

Vou preparar um café forte enquanto te lembro o que os astros disseram sobre nós - eu, água, você, terra. Você diz que é bobagem, mas adora me ouvir falar sobre planetas, estrelas e como você tem os pés no chão.

Eu te conheço... e, falando nisso, já conheço bem seu corpo, baby. Sua pele, suas marcas, suas linhas e traços... Posso te pintar de olhos fechados, com gosto de risada presa em momento inapropriado. Você sabe que é o que eu quero provar, mesmo com sabor de bagunça.

Deixa de lado essa mania de discordar de mim, vai? A gente fica sempre rendido ou na defensiva. Sei, e você também sabe, que a gente vai terminar como infinitivo de qualquer verbo que conjugar. Desatar em segredos - meus, seus ou os que construímos como nossos. Perder o juízo em qualquer lugar que o corpo pedir. Cair nos mesmos erros tão conhecidos - porque somos desencontro, não há como negar também.

Você é meu domingo. Às vezes, eu vejo como dia de sol gostoso, com cheiro de comida em casa... Mas há os dias em que você se faz cinzento, dia de choro preso na garganta e cortinas fechadas. Não se sinta mal por isso, já aprendi a lidar com o que a gente é - tenho Vênus em Aquário, lembra?

Se você não se levantar, eu vou me sentar no seu colo, te envolver pelo pescoço, beijar seus olhos baixos, porque eles me desestruturam, mais até que esses braços cruzados, forjando marra. Eu nem tento mais fingir que quero resistir a você, bobo. Você sabe disso - a gente não faz lá tanto sentido. 

E, assim, fica esperando minha ida para dizer que eu fico melhor sem você. E, assim, fica esperando minha volta para dizer que não quer que eu vá.

domingo, 12 de janeiro de 2020

A violência é: moral

É muito importante a gente ter em mente que a violência nem sempre deixa marca visível quando acontece - vou sempre falar isso mesmo. Há agressões que marcam o psicológico, que ferem a reputação, que destroem a autoestima da vítima. Os danos acontecem cotidianamente até chegar ao ponto de que, sozinha, quem sofre essas agressões verbais não consegue se recuperar.

A violência moral, diferentemente da violência psicológica, ainda que envolva violências verbais e busque humilhar e diminuir a existência da mulher, tem como objetivo destruir a imagem da vítima para terceiros e também está presente na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340) como forma de violação doméstica e familiar.


Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
(...)
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Bem, no mundo jurídico, há diferença entre essas três modos de agir. Bora de resuminho?

- Calúnia: quando o agressor acusa a mulher por coisas que ela não fez.

- Difamação: quando o agressor espalha histórias para manchar a reputação (opinião das pessoas em relação a alguém) da mulher.

- Injúria: quando o agressor, de maneira preconceituosa, atribui características negativas à mulher.

Em caso de dúvida ou denúncias, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - Ligue 180, funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil.