quinta-feira, 28 de junho de 2012

Conto (e ponto!)


A mulher tem duas fases perpétuas e que se repelem: racionais ou apaixonadas. Porém, graças a Deus, transitórias.

Mulher que só se dedica à praticidade da vida se torna inábil sentimentalmente. Não cria anticorpos para as mazelas do amor e desmorona na primeira exposição ao vírus H (é, “H” de homem, mesmo). Digo, porque conheço empiricamente o que estou dizendo: mulher que não sabe nunca abrir mão do controle das situações não curte tudo por completo. Não estou entregando o calcanhar de Aquiles da classe, apenas alertando (até a mim mesma) sobre o quanto querer o domínio de tudo em volta, afasta as oportunidades de se perder nas coisas boas da vida. O que, nesses casos, não é fraqueza (repita isso mil vezes, como um mantra. Vai que seu subconsciente absorve?).

Mulher que se apaixona até pelo cara que a deixou passar na frente na fila da cerveja é tão afetada quanto o exemplo acima. Há romantismo em nossa essência (em níveis que variam de 0,000000001 a 1000000000), mas também deve haver coerência, autoestima e, um ponto chave, bom senso. Aí, recorrerei a pieguices “orkutianas” (esse ambiente ainda existe?) para me fundamentar, “o segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você” (Abro um parêntese: o texto é lindo. Pelo menos, era. Até ser impregnado pelo ranço da Internet, recebido 5.645.784.536 alterações em seu conteúdo e 34.905.689 autorias diferentes. A propósito, alguém sabe de verdade quem foi o seu célebre autor?).

Aí, um dia, a mocinha sonhadora sofre uma decepção amorosa (não será a última! Tá bem! Vou me conter...) e resolve usar uma armadura dos Cavaleiros do Zodíaco e nunca mais ir à guerra. Ou então, a "She-Ra” um dia decide abandonar sua espada, a “honra de GraySkull” e se entregar de amores ao capitão do reino. Bem, geralmente, essas duas fases são cíclicas. Nenhuma de nós suportaria viver fadada somente a uma dessas ideologias. #ficaadica

terça-feira, 26 de junho de 2012

Tão leve...


Quero tratar de uma característica humana que pode atingir de oito a 80 em suas implicações: a sutileza. Não sou sinestésica, mas sempre que escuto essa palavra imagino a cor marrom (antes de virar o hit das maquiagens de inverno), quase não considerada entre as outras, mas extremamente destacável.

O sutil é definido como algo leve, hábil, imperceptível. Mas, a meu ver, esse não é único enquadramento. O que é feito sutilmente pode se fazer lento e paralisante (to tentando me manter imparcial, mas sou imediatista e impulsiva demais para isso). Há momentos em que devemos nos reger com a delicadeza de uma borboleta, em que ser explícito só afasta os objetivos. Em outros, porém, o caminho exige vigor da marcha de um elefante. Firmeza, meu povo!

E, especificamente nessa análise, a sutileza gera cumplicidade. Adoro trocas sucintas de olhares, desses onde dois seres estão dividindo secretamente, no meio da multidão, toda a excitação do “você sabe no que eu estou pensando”, ou “a gente sabe que não foi bem assim”, ou “é meu/minha antes mesmo de me pertencer”. É o estopim (mesmo em tons pastéis) daquilo que fará toda a diferença.

Porém, quando se espera um detalhe a mais, e a dita característica o engessa, nada é mais enlouquecedor que o sutil. Tudo pode ser só impressão, só um detalhe mal interpretado, só uma projeção do que você espera. Resultado? Burocracia e atraso.

As coisas não precisam ser imediatas, tudo que o tempo aprimora é melhor. Mas, lembra a marcha do elefante? Pois é, não é tão veloz, só que causa forte impacto. #ficaadica

domingo, 24 de junho de 2012

Passado

Engraçado como foram nas palavras, num conjunto bem talhado delas, que me encorajei a te escrever. Ainda se lembra de como gostava de todas as formas e maneiras como eu as reunia? 

Bem, talvez, agora, seja necessário nos apresentarmos. Não sei mais como você anda e você também não me encontraria do mesmo jeito. Já não caminhamos juntos para fazer com que tudo dê certo.

Ainda amo filmes, durmo próximo à parede, continuo metida a independente, levo tempo demais me arrumando, mas to melhor na direção e tenho cabelo mais curto. Ah! Sabe aquela conversa que tivemos, voltando de algum lugar, quando você disse que eu passava pouco tempo em casa? Te ouvi.

Não te evito mais. Quando um lugar me traz sua voz, escuto tudo o que ela já me disse. Não me incomodo mais em rever uma cena que assistimos juntos, enrolados num cobertor (ele era mesmo azul?). E lembra o livro que me deu? Retomei a leitura, acrescenta à minha profissão. Não me assusta mais a sua presença, nem a sua ausência.

Mas, e sobre você? Já largou o cigarro? Ainda se preocupa com as entradas em seus cabelos? Continua preferindo o ovo mole no sanduiche? Se mantém atento querendo agradar todo o mundo? Te ver tão sem maldades espremia os meus defeitos.

A vida continua. Dei chances a uns dois ou três, mas essa tal de “a fila anda” ainda não foi muito longe. Na verdade, nesse aspecto, nem me esforcei para sair do lugar. Você sabe que sou tão teimosa quanto você costumava ser (e não mudei muito nisso), só que, hoje, nada mais se faz tão consistente, nem a voracidade dos motivos que nos impuseram desistir.

E quando, enfim, o fim tiver completado sua paixão, contarei a alguém sobre você e como o amei naquela noite em que dividimos o céu pela janela. Acho que até mostrarei aquele punhado de palavras em que nos eternizamos. Da saudade, recorrerei somente à doçura.

As coisas foram boas. Foram sim. Conjugadas naquele passado.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Encantadas


Cantada não é sempre sinônimo de elogio. Para o homem é um investimento, para a mulher, a depender do teor, o tiro pode sair pela culatra. Enfim...

Antes de qualquer coisa, questione-se: quem tem a capacidade de te fazer sorrir, mesmo instantes antes de uma reunião tensa com o chefe do seu departamento, notando, a mil metros de distância, que você está usando o seu jeans mais apertado? Óbvio que não é seria o Patati e o Patatá ou um espião do Google Earth. Ao tocarmos nesse assunto, não há como fugir de uma classe que sempre se destaca pela criatividade e perceptividade: os operários civis. Já comentei por aqui que nada acaricia mais o ego feminino que uma obra em andamento (claro que quando não somos notadas, poucas coisas podem ser tão devastadoras, nós almejamos e nos alfinetamos secretamente por esse reconhecimento), mas esse não será o nosso foco.

Hoje abordaremos sobre a habilidade masculina de recorrer às palavras como artefato de sedução. O jargão “Ô, lá em casa” é supremo. Analise literal e morfologicamente essa afirmativa: “Ô” é interjeição de invocação, “” advérbio de lugar exato onde ser quer estar, “em” preposição que liga o advérbio ao substantivo e “casa” como o substantivo sublime que define o local de habitação. Tão valoroso quanto o verso de um poema... Só que não.

O @pedreiro_online (confira no Twitter) nos mostra para quê veio ao mundo: objetivar a função das cantadas. Mulher gosta, mas quase nunca funciona como o homem planeja. Nada diverte mais uma mulher que um elogio inesperadamente bem-humorado. Mas, só. Apenas. Somente. Não há números consideráveis para estatísticas oficias quanto à eficácia da conquista por frases baratas de efeito (amém). Mas não desistam! Já falei o quanto ouvi besteirinhas nos fazem bem? #ficaadica

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"Só de mim" (O tal vídeo mais visto no dia dos namorados)

E há coisas que a gente cata na rede e vale tanto a pena quanto compartilhar um sorriso com o restante do mundo ou uma lágrima com o restante do silêncio. Tipo assim:

"Tu não sabes quem eu sou, mas eu sei quem tu és... e só preciso de um minuto da tua atenção.
Quero dizer-te que espero que saibas a sorte que tens. O quanto eu gostaria de estar na tua pele. Poder estar na mesma cama que ela todas as manhãs. Ajudá-la a acordar da má disposição matinal.
Espero que saibas que ela só vai falar contigo depois de lavar os dentes. Não é por mal... é por medo de perder o encanto aos teus olhos. Que a consideres um ser humano comum.
Espero que saibas que ela gosta de aproveitar cada raio de sol, e que o café a deixa mal disposta.
Que escolhe a roupa que vai vestir na noite anterior, só para poder ter mais cinco minutos de sono pela manhã. Que o despertador toca cinquenta vezes até que se levante, e que mesmo assim, consegue chegar a horas.
Quero também que saibas que adora histórias do fantástico. Mas não de terror! Que é capaz de saber o nome de todas as personagens de um livro antigo, mas que não se vai esforçar para decorar à primeira os nomes de todos os teus amigos...
Porque ela... ela é que sabe de si.
Tu nunca serás uma sorte para ela. Sorte é poderes tê-la na tua vida.
Sabes?
Ela não é romântica por natureza, mas uma demonstração espontânea da tua parte vai fazê-la fraquejar. Porque ela é segura e doce ao mesmo tempo.
Ela não sabe cozinhar, mas vai esforçar-se para fazer o teu prato preferido. E se estiver mau, vai rir-se do falhanço, em vez de corar.
E quando ela ri... eu tenho vontade de chorar. Não de tristeza, mas porque cada gargalhada é uma nota musical que toca ao coração e faz querer dançar.
Quero que saibas que ela é tudo o que quero e nunca soube que tive.
Aprende que a arritmia que sentes com ela é normal! E que a falta dela é um vazio igual à morte.
Espero que sejas tudo o que eu nunca fui.
Espero que a trates bem.
Porque se lhe partires o coração vais perdê-la para sempre.
Pudesse eu ter lido o futuro..."
 
Direitos Autorais Reservados á: Diffuse ( www.diffuse-studios.com e www.vimeo.com/diffusestudios ),
Actor: Diogo Lopes
Escrito por: Ana Luisa Bairos, Joana Pacheco
Texto revisto por: Margarida Vaqueiro Lopes
Operadores de câmara: Ana Luisa Bairos, Duarte Domingos
Pós-produção vídeo: Ana Luisa Bairos
Pós-produção áudio: Alexandre Pereira
Música original: Alexandre Pereira
Realização: Ana Luisa Bairos
Agradecimentos especiais: Eva Barros, Isa Pinheiro

terça-feira, 12 de junho de 2012

Somente um dia (dos namorados) a mais


Vamos ser objetivas? Você consegue lidar com o fato de estar solteira durante os outros 364 dias do ano, irá sobreviver às decorações repletas de coraçõezinhos e promoções das perfumarias.

Geralmente, as mulheres tendem a materializar todos os seus traumas e fracassos afetivos no dia dos namorados. Mas não vale a pena se martirizar. Claro que vários questionamentos se levantarão, a TPM te massacrará e você provavelmente ficará implicadinha com aquele que não faz mais parte da sua vida.

Primeiro passo: não siga passos indicados na internet! Isso não funciona, baby. Faça o que quiser fazer (e só por garantia, mantenha-se afastada da programação televisiva). Quer sair? Escolha as amigas mais divertidas, marque um happy hour e dividam bons drinks, boas risadas e as experiências que as levaram onde estão. Não está muito a fim de agito? Filmes (especialmente os que contarem com Gerard Butler no elenco. Isso vai tornar mais fácil à superação de qualquer outra coisa que não seja a ausência dele em sua vida).

E não se culpe pela carência, pelas dúvidas ou pelos medos. Não é privilégio seu. Há mais cupidos incoerentes, que finais felizes em contos de fadas. Somente os solteiros convictos e as campanhas publicitárias de cerveja são totalmente indiferentes ao dia dos namorados. A esses grupos, com exceção de todo o apelo midiático, nada se altera na rotina do dia 12 de junho e por isso estabeleceram essa afinidade tão grande entre si. #ficaadica

domingo, 3 de junho de 2012

Para quem ficar


E em algum dia, quando tudo parecer extremamente frio, alguns desejos aumentarão. Outros simplesmente sussurrarão. Não que a dor seja necessária quando se volta às lembranças, só que o que te mostra o caminho poderá te fazer se perder também. 

Pode-se até abrir mão de qualquer vestígio físico, caso saiba sonhar, e será “tua memória, pasto da poesia”, segundo palavras que Drummond desvencilhou, e vamos imaginar que de um emaranhado de sensações num dia igualmente frio.

A vida, a mesma vida que circunstancialmente definha sorrisos, trata de abrir, timidamente, em alguma manhã, espaço para um raio de sol. Nada será “tão quanto...”, poucas belezas são igualmente reproduzíveis ou facilmente reduzidas em definições. Principalmente aquelas lindamente indizíveis, aquelas caladas pelo ruído do silêncio, aquelas indecifravelmente enterradas.

Cuidado apenas com o que se cristalizará. Não haverá mais a presença como num colo seguro. Não haverá mais a ausência antecedendo a discussão pelo atraso gerado. E vazios não devem ser permanentes. E falta não pode ser companhia. Pedem, mas não podem.