domingo, 17 de março de 2013

Com ela


- E sobre a lua, o que já viu, moça? – perguntou-lhe, ansiando por resposta.

Em silêncio, mergulhou-se. Observara, por noites e noites, da lua, sua devastada devassidão, sua caminhada entre parênteses, seu abrigo ao solitário, que não desistia, que não insistia, que não precisava se reconhecer nem ser reconhecida.

Num segundo, perdeu-se. Permitiu-se assim. Mesclada entre si e a lua, embebida num gosto amargo de solidão, velando o que adormecia vagarosamente em seu corpo, gritou o silêncio do seu coração. Já sabendo que ninguém a ouviria.

- Em amor, ela acompanha. Em dor, ela consola. – foi o que disse antes de virar as costas e seguir a estrada. Assim, só ela e a lua, emaranhadas. 

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