quarta-feira, 3 de abril de 2013

Espinhas (com "a")


Primeiro, achei que tivesse sido uma troca de palavras e me ousei à correção: “Espinhos do coração, não?”. (Quanta ignorância! A minha.) “Não, não, não! É espinha mesmo. Daquelas que sempre dão dor de cabeça para alguém”. Bem, a conversa retomou o seu rumo (o que não vem ao caso agora).

Significa um bocado de coisas. Tanto nos peixes quanto nos adolescentes são especificidades biológicas dos grupos, entretanto, aprendi ontem, na vida, pode-se dizer que são aqueles momentos difíceis de lidar. Não, não tem nada a ver com a puberdade e a acne ou com aquele peixe que não vale o sacrifício de tentar torna-lo mastigável, é como uma referência aos destemperos incômodos e espontâneos do dia a dia.

Por quanto tempo a gente consegue lidar com espinhas? E como elas vêm a nós? A gente sabe que os espinhos existem porque já houve flores, mas, e as espinhas? Ninguém, por um dia que seja, as desejou (exceto os peixinhos, enquanto vivos), mesmo assim, elas chegam.

Vamos à prática? Discussões (não brigas, rompimentos, “mãozadas no meio da cara”...) são espinhas. Espinhas (a acne e a do peixe) são espinhas. Piso salarial de jornalista é espinha. Celulites são espinhas. Não ganhar na Mega Sena, não passar num concurso público federal com vaga única, não ser filha de Eike Batista, não ter postado um tutorial no You Tube com a criação de água potável são espinhas.

Tá, talvez não faça sentido algum, para você, esse texto. Mas, ontem, foi pensando nisso que eu dormi. E não porque faltam preocupações (ultimamente, não mesmo), eu acho que o que me falta são essas questões bobas para levar à cama. #ficaadica

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