segunda-feira, 12 de maio de 2014

A minha roupa quem escolhe sou eu

"Bandeirinha bonita" é mais uma vítima de cometário infeliz Arquivo eletrònico

Felizmente, a autoestima existe (não, não me refiro à megalomania nem à arrogância, o prazer de estar satisfeita consigo mesma vai além da pequenez de se sentir maior que os outros), o problema é que pouca gente parece ter descoberto que não é preciso sair por aí desfilando de Camaro amarelo ou com garrafas de Chandon para encontrá-la.

Não é por polêmica que estou aqui, me agarrando a um tema exaustivamente debatido, é por um puro desabafo. Nada contra desejar “a todas inimigas vida longa, para que elas vejam a cada dia mais nossa vitória”, só acho que o caminho está mais constrangedor a cada dia. E enquanto as nights e baladas gritam por “luxúria”, “ostentação” e mais um punhado de palavras que foram incluídas recentemente em alguns vocabulários, nós, nem todas as mulheres, mas muitas, ainda somos acometidas pelos reflexos de alguns desvios.

A cantada engraçada do pedreiro se torna ofensa quando vem carregada de vulgaridade, a noitada com amigas se torna um estresse devido ao assédio de alguns babacas, a ida de ônibus ao trabalho é muito mais cansativa que o desempenho das próprias atividades, o erro da arbitragem é atribuída a causas sexistas quando cometida por uma mulher (veja aqui)... Enfim, lembra da autoestima? Então, vem sido difícil mantê-la vívida. Não existe segurança que não se abale diante de tantas avaliações vindo por baixo.

Aproveito a deixa para esclarecer: não é o tamanho de uma saia que definirá o quanto alguém poderá invadir o espaço de outra pessoa. Fala sério, muito já foi abolido e conquistado até aqui, podemos, sim, vestir shorts curtos, arrasar na make, ser lindas e sair para beber com as amigas sem precisar da “atenção” da mesa ao lado. Não é porque vulgaridade funciona com algumas pessoas que servirá perfeitamente para todo mundo. #ficaadica

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