segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Se eu te contar

Vou preparar um café forte enquanto te lembro o que os astros disseram sobre nós - eu, água, você, terra. Você diz que é bobagem, mas adora me ouvir falar sobre planetas, estrelas e como você tem os pés no chão.

Eu te conheço... e, falando nisso, já conheço bem seu corpo, baby. Sua pele, suas marcas, suas linhas e traços... Posso te pintar de olhos fechados, com gosto de risada presa em momento inapropriado. Você sabe que é o que eu quero provar, mesmo com sabor de bagunça.

Deixa de lado essa mania de discordar de mim, vai? A gente fica sempre rendido ou na defensiva. Sei, e você também sabe, que a gente vai terminar como infinitivo de qualquer verbo que conjugar. Desatar em segredos - meus, seus ou os que construímos como nossos. Perder o juízo em qualquer lugar que o corpo pedir. Cair nos mesmos erros tão conhecidos - porque somos desencontro, não há como negar também.

Você é meu domingo. Às vezes, eu vejo como dia de sol gostoso, com cheiro de comida em casa... Mas há os dias em que você se faz cinzento, dia de choro preso na garganta e cortinas fechadas. Não se sinta mal por isso, já aprendi a lidar com o que a gente é - tenho Vênus em Aquário, lembra?

Se você não se levantar, eu vou me sentar no seu colo, te envolver pelo pescoço, beijar seus olhos baixos, porque eles me desestruturam, mais até que esses braços cruzados, forjando marra. Eu nem tento mais fingir que quero resistir a você, bobo. Você sabe disso - a gente não faz lá tanto sentido. 

E, assim, fica esperando minha ida para dizer que eu fico melhor sem você. E, assim, fica esperando minha volta para dizer que não quer que eu vá.

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