quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O fim

Talvez não fosse o esperado, nem o pretendido, mas, foi o resultado. Caberia a eles somente aceitar, certos de que guardariam algumas mágoas, levariam um pouco de esperança e sofreriam com saudades nas manhãs vazias de domingos. Já haviam se marcado. Fossem pelos tantos dias chuvosos divididos, pelos tantos sorrisos rabiscados, pelos tantos “Eu amo VO-CÊ!” que acarretavam abraços exageradamente acalentadores.

De dentro, sabiam que não era mesmo o que queriam, só que, ciclicamente, era o que lhes havia sido imposto: início – meio – fim. Por mais que estivessem decididos em estender todas as etapas, os desencontros finais romperiam qualquer incitação de continuidade. Mania boba, essa de querer prolongar todas as coisas, né? E é tudo por puro medo de se espreitar com o fim. Não poderiam voltar o tempo, não saberiam alongar os segundos e não entrelaçariam caminhos, agora, tão ímpares.

A magia que os acompanhou até ali, não se perderia por completo. Poderia até se esvair dos seus sentimentos, mas permaneceria guardada em algum lugar fantástico que a vida reserva a todos os bons momentos. E quer saber? Eles mesmos manteriam um pouco disso vivo, sutilmente, entre perfumes irresistivelmente singulares, entre lanches com sucos de maracujá e biscoitos de chocolate, entre escolhas dos programas de televisão ou das programações de finais de semana.

Seguiriam. Tinham que seguir, mesmo cônscios de que haveria planos os quais nunca seriam postos em prática. E o fim se fez cruel por trazer à tona tudo que poderia ter sido e não será mais e por somente realçar os tons coloridos, ofuscando tudo aquilo que se pintou em cores cinza, ao longo do percurso já findado.

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