quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

De um catado falando de amor (ou da falta dele)

Até então, nunca havia feito clipagem alguma de texto no blog. Porém, entretanto, contudo, todavia, às vezes, a gente acha um computador com internet dando sopa no meio do expediente e encontra o texto que merece ser reproduzido na íntegra.

Primeiro, o mais legal é como o autor se apresenta dentro da própria coluna (a coluna é fixa no site da Marie Clarie e se chama: Fale com ele – Respostas masculinas para dúvidas cruéis).


Meu nome é J. Antonio e sou um amador. Jogador de futebol amador, jornalista amador e poeta amador. Frequento duas academias: a de Letras e a do bairro. Na última, convivo e suo ao lado de halteres e halterofilistas amadores. E ao lado de meninas, que brincam de fuzilar gordurinhas, todas lindinhas, molhadas e com calça fusô (minha leitora: é 'fusô' ou 'fuseau' o nome da calça? Eu tenho essa dúvida). Mas dizia que sou poeta e malhador. Aos fins de semana, gosto de correr e comer. Sou bruto e macho, mas sensível. Choro escondido – e ó, se um amigo me perguntar, eu nego. Eu nego! Mas sim. Quando a coisa aperta, quando a vergonha afrouxa, ou quando uma de vocês, mulheres, me machuca, eu choro. É assim desde que nasci. Há 30 anos.

E iremos a matéria (que é uma delícia!).

CRISE NO CASAMENTO DOS FAMOSOS: POR QUE VOCÊ DEVE ACREDITAR EM ALMAS GÊMEAS

Meninas, Johnny Depp e eu concordamos: chega de Vanessa Paradis!

Tchau, nenê! Você cansou a nossa beleza…

Vocês viram? Eu vi. Aqui, ó.

A notícia é a de que o famoso casal se separou. Mas fosse o separar, é da vida, tudo certo. O que realmente me fez querer dar um doce, um suave, um lento croque na cuquinha de Paradis foi o que ela disse ao final da notícia.

Ela disse: “Não acredito em almas gêmeas. Isso funciona na ficção, ajuda a criar lindos filmes e belas músicas, mas é uma ideia assustadora na vida real…”Ah, mas que groselha, Vanessa! Que groselha!

Meninas, hoje eu quero brigar com Vanessa! E eu quero defender o amor eterno e a imortalidade das almas siamesas.

- Mas João, Vanessa sofre! – você dirá.

- Sim, sofre – eu direi.

Ora, pombinhas, todo mundo sofre!

E ora, eu respeito, eu topo, eu nino qualquer dor de amor. Já disse e digo: sou a favor de salgar as bochechas, de temperar o churrasco com as lágrimas do coração. Separação é dureza mesmo. Das maiores dores que batem por aí.

Dor que justifica supremas descrenças. A gente fica moído, fica rachado, achando que este mundo não tem mesmo jeito, que a gente não foi feito para amar, que a gente foi feito pra sofrer, que nosso destino é o “eu sozinho”.

Até o nosso caixão é individual.

Sou, então, a favor de curtir essa dor.

Mas VOCÊ pode me dizer isso. EU posso te dizer isso! Vanessinha, não pode nos dizer isso!

CRISES NO CORAÇÃO DOS FAMOSOS

2012 não está sendo fácil para quem tem fama e dinheiro demais. Teve o Seal e a Heidi. Ano passado, teve o Ashton e a Demi (Nota: o Ashton até que vai bem. Vai bem e caprichando. Afogando as mágoas e surfando a fossa das enchentes paulistanas. Sou fã do Ashton.)

E se a gente vê que a melhor notícia nesse campo estelar é o possível reatar da Rihanna com o Chris Brown – Rihanna que separou porque levara sopapos do Chris Brown –, daí a gente vê que 2012 tá mesmo russo pro amor entre famosos.

Mas poxa vida, amor é assim mesmo… É russo.

O que não dá agora é esse povo fino, que vem faz anos cantando e filmando as cenas e as palavras de cristalino romance, essa gente que me faz acreditar que sim, amor tem trilha sonora e um final feliz, que amor é o máximo, o ápice da nossa existência… Essa rapaziada que ensina largar empregos, casas, carros, cidades, países, tudo por um amor… Essa rapaziada surge agora dizendo que a gente tava sendo engabelado? Vem agora vem sapatear sobre as minhas humanas, terrestres e comezinhas crenças sentimentais?

Nunca serão. Jamais virão.

Não aceito!

Diabo, se o Spielberg me fez acreditar em fantasma e em ET, o Johnny Depp e a Vanessa Paradis me fizeram acreditar em alma gêmea.

ALMAS GÊMEAS

Portanto, não me venha com realismos, Vanessa! Não me venha com tristezas, com desabafos sofridos, desses que você e eu, leitora e autor, podemos dar diante das nossas dores de amor.

Se você, leitora, me disser que sofre, que levou um fora, que vinagrou sua crença num romance eterno, ok! Eu te escuto, eu te entendo, eu te ajudo. Eu concordo com você. Mas de um arauto de Hollywood eu só quero ilusão. Quero acreditar que, mesmo quase impossível, é possível um amor que sobreviva a tudo, Vanessa, eu acredito nesse amor que sobrevive ao final dos créditos.

Espero que você enxugue as lágrimas na privacidade e no silêncio da sua vilazinha francesa e deixe a gente sossegado, acreditando, pra sempre, que pode até dar errado entre os mortais, mas que, em algum lugar, nas colinas de Hollywood, dois bocós estão envelhecendo juntos um amor eterno. Um amor inverossímil.


Fonte: http://colunas.revistamarieclaire.globo.com/falecomele/

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